Nikolai Leskóv
De origem humilde, Nikolai Leskóv (1831–1895), o mais velho de sete irmãos, teve vários trabalhos antes de dedicar-se, nos anos1860, ao jornalismo e à literatura. As viagens comerciais que fez pela Rússia em 1857, ao trabalhar com um tio de sua esposa, deram-lhe a oportunidade de conhecer variados tipos humanos, que foram retratados repetidamente em suas obras.
O posicionamento independente do escritor o fez colecionar polêmicas religiosas (chegou a virar tolstoísta) e políticas (ele se indispôs com conservadores e radicais) nas duas profissões que tinha, que na verdade coincidiam de certa forma.
Deixou romances, como A lugar nenhum (1864), novelas, como Lady Macbeth do distrito de Mtzensk (1865), e muitos contos, como “O canhoto“ (1881), que, entre realidade e ficção, retratam camponeses, religiosos, comerciantes, loucos e tratantes, sempre com uma linguagem saborosa e variegada que usa da sátira e da estrutura dos contos populares russos.
Parа crianças, publicou na década de 1880 a coletânea Contos de Natal (1886) e textos nas revistas Palavra sincera e Brinquedinho, como “A cabra” e “O espantalho”.
O nome de Léskov também se tornou conhecido por um ensaio de Walter Benjamin sobre o narrador, de 1936, que circulou nos meios acadêmicos e no qual é acentuada a oralidade de sua narrativa.
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