Serguei Dovlátov
“O escritor russo Serguei Dovlátov (1941–1990), filho de um judeu e de uma armênia, nasceu na época da Segunda Guerra Mundial em Ufá (Bachkiria), passou a maior parte de sua vida em Leningrado/Petersburgo e, em 1978, emigrou para os EUA; viveu seus últimos anos em Nova Iorque, onde morreu, antes de completar 50 anos.
Na União Soviética ele pertenceu à chamada contracultura, à cultura dissidente, e praticamente não foi publicado. Nos EUA lançou doze livros, foi o redator-chefe do jornal O novo americano e colaborou na rádio Svoboda. Seus contos eram publicados na revista New Yorker, seus livros foram traduzidos para o inglês, coreano, japonês e outras línguas. Depois de sua morte, tornou-se na Rússia um dos autores mais queridos e publicados da segunda metade do século 20.
Os gêneros principais de Dovlátov são os contos, normalmente reunidos por temática (O compromisso, 1981; A zona, 1982; A mala, 1986), e novelas curtas (A estrangeira, 1986; A filial, 1990). Ele dá continuidade à prosa russa (Púchkin, Tchékhov) e americana (Ernest Hemingway, Sherwood Anderson), tirando de histórias corriqueiras o seu enredo, organizado quase como um poema.
O princípio de Gógol do ‘riso entre lágrimas’ se converte em Dovlátov num ‘sorriso amargo’ diante da vida como ela é, de uma existência imperfeita. […]”
Ígor Sukhikh (Parque Cultural, Kalinka, 2016)
“Ler Dovlátov é algo leve. Ele como que não reivindica atenção, não insiste em suas conclusões ou observações sobre a natureza humana, não as impõe ao leitor. Eu devoro seus livros em três ou quatro horas de leitura ininterrupta: justamente porque é difícil escapar de seu tom despojado. Ao ler seus contos e novelas, invariavelmente nos sentimos gratos pela ausência de pretensão, pelo olhar ponderado sobre as coisas…”
Joseph Brodsky
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