O príncipe Vladímir Odóievski (1804–1869) era musicólogo, escritor e ocultista. Foi representante do romantismo russo, com influências de Hoffmann, Schelling (a quem conheceu pessoalmente) e do idealismo alemão. Odóievski publicou em 1844 Noites russas, romance de traços românticos e filosóficos.
Como músico e musicólogo, acreditava que a “música era filha da matemática”, admirava Bach, Beethoven e Glinka, compôs músicas sobre poemas de Púchkin e Nekrássov e para fábulas de Krylóv. Foi autor dos livros Alfabeto musical para escolas populares e Gramática musical para não músicos.
Participava ativamente da vida literária, era amigo de Gógol e Lêrmontov, e sua obra interessou a Púchkin, de quem foi ajudante na revista que o poeta havia fundado, O contemporâneo. Foi Odóievski, por sinal, o autor da frase “o sol da poesia russa” — referindo-se a Púchkin —, que é repetida aos quatros ventos na Rússia. O príncipe também se interessou pela educação; ele acreditava que as crianças deveriam desenvolver qualidades humanitárias e valorizar o saber por um processo de aprendizagem não desquitado da realidade e concebido como um todo, e não como um conjunto de disciplinas isoladas e artificiais.
Vladímir Odóievski começou a escrever textos para a infância nos anos 1830, com o pseudônimo titio Irinei, e passou por vários gêneros.
Lançamento “Os itálicos são meus”
Chega ao Brasil uma das melhores obras produzidas pela emigração russa que traz à tona momentos decisivos da história e da cultura pelo olhar arguto de Nina Berbérova (1901–1993). Um livro que vai interessar não apenas a quem quer conhecer novos aspectos da literatura russa, mas a todos que buscam, através do universo de uma figura profundamente vinculada à vida, compreender um pouco mais de si e da realidade em redor.