Lev Tolstói
Nem todo mundo sabe que o conde Lev Tolstói (1828–1910) dedicou praticamente toda a sua vida também à educação e à literatura para a infância e a juventude. Além de ter fundado, em 1859, uma escola para camponeses na propriedade onde nascera, Iásnaia Poliana, ele criou a Cartilha (1871–1872), enorme manual depois desmembrado na Nova cartilha (1875) e em quatro Livros russos para leitura (1875–1885).
Tendo perdido os pais ainda menino, Tolstói foi educado por tutores e depois por uma tia. Ingressou, em1845, na Universidade de Kazan, mas não chegou a concluí-la, sendo, no fim das contas, um autodidata — era conhecedor de muitas línguas e filosofias.
Foi durante o serviço militar, passando pelo Cáucaso e pela Crimeia, que começou a escrever. Seu primeiro texto, Infância, saiu em 1852 na revista O contemporâneo. A fase de seus longos romances, de Guerra e paz (1865–1869) até Anna Kariénina (1875–1877), começou após seu casamento, em 1862, com Sófia Andréievna, união que gerou 13 filhos.
Tomado por anseios e inquietações, o escritor intercalou vida literária e outros interesses. “Tolstói é importante não apenas por ser o mestre insuperado do gênero que se costumou chamar ‘romance psicológico do séculoXIX ’, mas também por seus contos breves, diários e escritos teóricos sobre pedagogia, arte e religião”.
A década de 1880 aprofundou uma série de crises existenciais pelas quais o escritor havia passado e o levou a uma fase que ele próprio definiu como sua “redenção moral”. Já praticante do vegetarianismo, abriu mão dos direitos autorais de algumas obras em prol dos camponeses e sistematizou uma série de preceitos filosóficos e religiosos que, reunidos, passaram a ser conhecidos como tolstoísmo. Era uma espécie de doutrina baseada no cristianismo, mas acrescida de outras concepções, que repercutiu no mundo todo e fez com que Tolstói fosse excomungado da Igreja Ortodoxa. Seu último romance foi Ressurreição (1899).
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