Aleksándr Púchkin
Aleksándr Púchkin (1799-1837) nasceu em Moscou numa família da nobreza. Durante a infância, passava os verões na propriedade de sua avó, perto de Moscou, onde começou a tomar gosto pela língua russa. Ingressou no prestigioso Liceu Imperial de Tsárkoie Seló em 1811, época em que seus poemas passaram a despertar atenção. Perseguido pela censura tsarista, Púchkin foi exilado em 1820 por Alexandre I, passando quatro anos no Cáucaso, na Crimeia, em Kichinióv e Odessa. De volta à Rússia, continuou sob a dura vigilância de Nicolau I, que, mesmo estimando o talento de seu funcionário (Púchkin se tornará seu historiador oficial), não o perdia de vista. Aleksándr Púchkin morreu aos 37 anos, vítima de um duelo que disputou com George-Charles D’Anthès (1812–1895), oficial francês que havia cortejado Natália Gontcharova (1812–1863), esposa do poeta.
Mesmo tendo vivido pouco, Aleksándr Púchkin — como é conhecido — inaugurou a moderna literatura russa ou criou as bases para que ela se desenvolvesse. Isso não significa que não houvera literatura antes dele, apesar de certos momentos obscuros, que acompanharam a própria história da Rússia. No entanto, ele foi responsável pela consagração de um novo cânone poético e deu à língua russa um status de que ela não desfrutava entre os literatos, usando elementos folclóricos e coloquialismos em suas criações.
Além de expor os conflitos nacionais e os mitos de fundação de São Petersburgo, o escritor traz à cena temas como o amor erótico, a loucura, o carteado, as relações por interesse. Com elegância, ironia e equilíbrio, Púchkin foi (e continua sendo) relido por artistas de todo gênero. Tchaikóvski, por exemplo, compôs uma ópera baseada em Evguéni Oniéguin, seu romance em versos, publicado entre 1825 e 1832.
Púchkin deixou um legado de poemas inestimável, indo do romantismo ao classicismo, muitos dos quais se tornaram célebres, como “O cavaleiro de bronze” (1833). Também abriu caminhos para a “era de prata” da literatura russa com sua prosa, produzida nos anos 1830, como o conto “A dama de espadas” (1833).
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