Autor: edit_kalinka
Marina Darmaros
Marina Darmaros é jornalista, tradutora e, atualmente, pós-doutoranda pelo programa de pós-graduação LETRA da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). É doutora em Literatura e Cultura Russa também pela USP, tem mestrado em Jornalismo Internacional pela Universidade Russa da Amizade dos Povos (RUDN – Patrice Lumumba) e é bacharel em jornalismo pela Cásper Líbero. Viveu em Moscou por oito anos, onde iniciou uma série de pesquisas nos arquivos soviéticos pela Universidade Estatal de Moscou Lomonóssov (MGU) e trabalhou como correspondente e editora para meios de comunicação diversos (Rossiískaia Gazeta, Folha de S. Paulo, Globo News, Radio France Internationale etc.). Em seu doutoramento, analisou e cotejou as traduções de Jorge Amado para o russo durante o período soviético, complementando sua historiografia com documentos inéditos do período. Atualmente, seu objeto de pesquisa é uma historiografia dos Estudos da Tradução soviéticos entre os anos 1920 e 1960, com base em documentos dos arquivos soviéticos, cotejos e obras de pesquisadores contemporâneos e da época.
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Víktor Eroféiev
Víktor Eroféiev (1947) nasceu em Moscou, mas passou parte da infância na França acompanhando a carreira diplomática do pai, que foi conselheiro do setor cultural da embaixada russa em Paris. Nos três anos que moraram lá, o pequeno Vítia teve contato com artistas como Louis Aragon, Pablo Picasso, Simone Signoret e Yves Montand.
Mais tarde, o jovem enveredou pela literatura e formou-se na Faculdade de Filologia da Universidade Estatal de Moscou Lomonóssov (MGU). Como crítico literário, começou a ganhar notoriedade com a publicação, em 1973, de um ensaio sobre Marquês de Sade na revista Questões de literatura (Literatúrnye vopróssy). Seu doutorado, sobre Fiódor Dostoiévski e o existencialismo francês, foi concluído em 1975, no Instituto da Literatura Mundial, e depois transformado em livro.
Em 1978, Eroféiev idealizou e editou, ao lado de Evguéni Popóv e Vassíli Aksiónov, a revista Metrópol, que circulou clandestinamente (samizdat) e reuniu escritores de peso: Andrei Bítov, Andrei Voznessiénski, Bella Akhmadúlina, Fazil Iskander, Friedrich Gorenstein, Vladímir Vyssótski, entre outros. A ideia da publicação era mostrar a pluralidade de escritas, mas tornou-se um escândalo. Devido ao envolvimento com a Metrópol, Eroféiev foi expulso da União dos Escritores Soviéticos e não pôde mais aparecer na imprensa oficial, e ao pai, a essa altura muito influente, a revista custou a carreira. A relação complexa com o poder soviético e o pai, que frequentava altos círculos — chegou a ser intérprete pessoal de Stálin —, foi descrita no livro O bom Stálin (Khoróchii Stálin, 2004).
Víktor organizou várias antologias literárias importantes, na Rússia e no estrangeiro, como The Penguin Book of New Russian Writing (1995). Sua carreira de escritor também é fecunda, tem quase duas dezenas de títulos publicados, como A bela russa (Rússkaia krassávitsa, 1990), O apocalipse russo (Rússkii apokalípssis, 2008), A enciclopédia da alma russa (Entsiklopiédia rússkoi duchi, 1999) e Labirinto das perguntas malditas (V labirintie prokliátykh vopróssov, 1990), e muitos deles viraram best-sellers e foram traduzidos para várias línguas. Não raro provocadores, seus textos causaram polêmica na Rússia e criaram opositores e grandes admiradores, como o escritor Vladímir Sorókin e o compositor Alfred Schnittke. Baseado no conto de Eroféiev “A vida com um idiota” (Jizn s idiotom, 1980), retirado de antologia homônima, Schnittke compôs uma ópera (1992) que se tornou um dos seus trabalhos mais memoráveis. No ano seguinte, a história também foi adaptada para o cinema.
Víktor tem ainda longo percurso na televisão e na rádio. De 1998 a 2011, apresentou o programa literário “Apócrifo”, veiculado na TV Kultura russa. É frequentemente convidado da rádio Svoboda e do canal Dojd e, atualmente, participa do programa “Opinião singular” (Osóboie mniénie), da rádio Ekho Moskvy.
Em 1992, recebeu o Prêmio Nabókov. Em 2006, na França, foi condecorado com a Ordem das Artes e das Letras e, em 2013, tornou-se Cavaleiro da Legião de Honra.
Além das atividades literárias, Víktor Vladímirovitch Eroféiev é uma figura pública de relevo na Rússia e mantém ao longo dos anos uma postura independente diante de questões artísticas, políticas e sociais.
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David Shterenberg
David Shterenberg (1881-1948), de uma família judia de Jitómir, estudou fotografia em Odessa, mas sua grande escola foi Paris, para onde partiu em 1907. Lá morou em “La Ruche”, residência para artistas pobres em Montparnasse que reuniu figuras como Modigliani e Chagall. Shterenberg estudou pintura na Academia Vitti e participou de exposições em salões parisienses. Em 1917, voltou para a Rússia, onde ocupou diversos cargos, como o de Comissário de assuntos artísticos. Deu aulas no VKHUTEMAS (Estúdios superiores de arte e de técnica), fundou o grupo OST (Sociedade dos pintores de cavalete) e organizou várias exposições. Os anos 1910 e 1920 marcam o amadurecimento do estilo de Shterenberg, principalmente com suas naturezas-mortas, que misturam magistralmente elementos do cubismo e do primitivismo.
“A simplicidade surpreendente desses trabalhos é resultado de uma rigorosa seleção de procedimentos artísticos, do cálculo da composição com precisão matemática e do sucessivo afastamento de tudo o que é supérfluo. Por isso a linguagem pictórica lacônica de Shterenberg é tão flexível e cheia de possibilidades, rica em matizes emocionais.”
Iúri Guertchuk, crítico de arte
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Valteir Vaz
Valteir Vaz é formado em Letras pelo Centro Universitário Fundação Santo André, mestre em Teoria Literária e Literatura Com-parada (USP) e doutor em Literatura e Cultura Russa (USP). É professor na área de Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Metodologia Científica no Centro Estadual de Educação TecnológicaPaula Souza (ETEC e FATEC). É professor colaborador do programa de pós-graduação em Literatura e Cultura Russa (LETRA/USP).
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Arlete Cavaliere
Arlete Cavaliere é ensaísta, tradutora e professora titular de Teatro, Arte e Cultura Russa no curso de graduação e pós-graduação do Departamento de Letras Orientais (FFLCH) da Universidade de São Paulo. É mestre e doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada e livre-docente pela USP, com pesquisas sobre a prosa e o teatro de Gógol e a estética teatral do vanguardista Meyerhold. Entre 2002 e 2004 atuou como professora-leitora do Brasil na Universidade Estatal de Moscou Lomonóssov (MGU). Organizou com colegas docentes da USP publicações coletivas, como a revista Caderno de Literatura e Cultura Russa (Ateliê Editorial, 2004 e 2008) e os livros Tipologia do simbolismo nas culturas russa e ocidental (Humanistas, 2005) e Teatro russo: literatura e espetáculo (Ateliê Editorial, 2011). É autora de Teatro russo: percurso para um estudo da paródia e do grotesco (Humanistas, 2009). Também publicou diversas traduções, entre elas: O nariz & A terrível vingança, de Nikolai Gógol (Edusp, 1990), com o ensaio “A magia das máscaras”; O inspetor geral de Gógol/Meyerhold: um espetáculo síntese (Perspectiva, 1996), com ensaio crítico sobre a poética de Meyerhold; Ivánov, de Anton Tchékhov (Edusp, 1998, cotradutora, finalista Jabuti de tradução); Teatro completo, de Nikolai Gógol (Editora 34, 2009, também organizadora); Mistério-bufo, de Vladímir Maiakóvski (Ed. 34, 2012, com ensaio); e Dostoiévski-trip, de Vladímir Sorókin (Ed. 34, 2014, com ensaio). Escreveu o texto de apresentação de Clássicos do conto russo (Ed. 34, 2015) e participou da Nova antologia do conto russo (1792–1998) (Ed. 34, 2011, org. Bruno Barreto Gomide). É ainda organizadora e prefaciadora da Antologia do humor russo (1823–2014) (Editora 34, 2018).
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Valéri Sájin
Valéri Nikoláievitch Sájin, nascido em 1946 em Leningrado, é crítico literário, autor de livros e artigos sobre literatura e cultura russa dos séculos XVIII ao XX. Membro da União dos Escritores de São Petersburgo desde 1994. Enquanto estudava na escola da juventude operária, trabalhou, entre 1961 e 1964, como serralheiro ferramenteiro numa fábrica de equipamentos radio-técnicos. A partir de 1964 cursou a Faculdade de Língua e Literatura Russa do Instituto Pedagógico Estatal de Leningrado A. I. Herzen, finalizada em 1968. Entre 1968 e 1992 (com intervalo para o serviço militar de 1969 a 1970) foi colaborador científico do Departamento de Manuscritos da Biblioteca Pública Estatal M. E. Saltykóv-Schedrin (atual Biblioteca Nacional da Rússia). De 1998 a 2001 foi coeditor da revista Trimestre da cultura e filologia russa. É autor dos livros: Livros de verdade amarga (Moscou, ed. Kniga, 1989); Força do destino. Uma crônica documento do ano 1861 (São Petersburgo, Aleteia, 2010). Organizou as primeiras Obras completas de Daniil Kharms em seis tomos (São Petersburgo, Akademítcheskii Proiekt, 1997-2001) e várias coletâneas de suas obras; uma coletânea de poemas de B. Ch. Okudjava (série Biblioteca do Poeta, São Petersburgo, Akademítcheskii Proiekt, 2001); as Obras completas de I. S. Barkóv (série Biblioteca do Poeta, São Petersburgo, Akademítcheskii Proiekt, 2004); a coletânea das obras de L. S. Lipávski Estudo do horror (Moscou, Ad Marginem, 2005); Diário de L. V. Chapórina em dois tomos (Moscou, Nóvoie Literatúrnoie Obozriénie, 2012); e em parceria com A.L. Dmitrenko o livro Daniil Kharms pelo olhar de seus contemporâneos: Reminiscências. Diários. Cartas (São Petersburgo, Vita Nova, 2019).
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Fabiola Notari
Artista visual e pesquisadora. Doutora em Literatura e Cultura Russa no Departamento de Letras Orientais (FFLCH/USP) com a pesquisa A recepção de Serguei M. Eisenstein no Brasil e mestre em Poéticas Visuais pela Faculdade Santa Marcelina (FASM/ASM). Lecionou História da Fotografia e Fotomontagem no curso superior de Fotografia no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Coordena o Grupo de Estudos Livros de artista, livros-objetos: entre vestígios e apagamentos na Casa Contemporânea (SP).
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Fernando Vilela
Fernando Vilela é artista plástico, ilustrador, designer gráfico e educador. Ilustrou diversos livros, tais como: Lampião e Lancelote (Cosac Naify, 2006), A toalha vermelha (Brinque Book, 2007) e Le Chemin (Éditions Autrement – França, 2007), todos também de sua autoria. Em 2007, recebeu o prêmio Jabuti nas categorias Livro Infantil e Ilustração e menção honrosa na categoria Novos Horizontes do Prêmio Jovem de Bolonha (Bologna Ragazzi Award, 2007), ambos com Lampião e Lancelote. Como artista plástico, desenvolve trabalhos em gravura, escultura e instalação, tendo realizado exposições no Brasil e no exterior.
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Karina Aoki
Karina Aoki é formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP. Atuou como diretora de arte e coordenadora de estúdio da São Paulo Criação – Rafic Farah durante oito anos, atendendo clientes como Mitsubishi Motors do Brasil, Fundação Roberto Marinho, Fast Shop, Casa do Saber, Escola da Cidade, Museu de Arte Brasileira da FAAP, restaurantes Arabia, Spot e Ritz, marcas de moda Maria Bonita, Mandi, Lucy in the Sky e Brooksfield Donna, cinema HSBC/Belas Artes, e o designer Carlos Motta. Foi também editora de arte da revista Casa Vogue (Edições Globo Condé Nast) por seis anos e supervisora de arte do departamento de literatura da editora FTD Educação, sendo responsável por cerca de 70 títulos. Atualmente desenvolve projetos independentes nas áreas de identidade visual, embalagem, expografia e editorial.
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Fabio Flaks
Fabio Flaks é artista plástico e mestre em Poéticas Visuais pelo Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes (USP, 2009). Realizou diversas exposições coletivas e individuais, como no Paço das Artes (São Paulo, 2015), Feira Internacional de Arte Contemporânea ARCO (Solo Project, Madri, 2014), Galeria Pilar (São Paulo, 2013), Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo, 2010), Galeria Virgilio (São Paulo, 2006), Galeria Vicente Rego Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 2004), Centro Cultural São Paulo (2003) e Museu de Arte de Ribeirão Preto (2003).
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