Mês: julho 2021
Aurora Fornoni Bernardini
Aurora Fornoni Bernardini é professora, escritora e tradutora. Na Universidade de São Paulo (USP), além de mestrado e doutorado sobre futurismo russo e italiano, concluiu em 1978 sua livre-docência sobre Marina Tsvetáieva. Bernardini começou a estudar russo em 1958 e, no fim da década de 1960, durante o mestrado, foi convidada para lecionar no curso de russo da USP por Boris Schnaiderman (1917–2016). Atualmente é professora titular de pós-graduação nos programas de Literatura e Cultura Russa (atual LETRA) e de Teoria Literária e Literatura Comparada (FFLCH/USP). Em 2003, foi finalista do prêmio Jabuti pela tradução de Cartas a Suvórin, de Anton Tchékhov (Edusp, com Homero Freitas de Andrade); em 2004, recebeu o prêmio Jabuti (segundo lugar), com o poeta Haroldo de Campos, pela tradução de Ungaretti: daquela estrela à outra (Ed. Ateliê Editorial); em 2006, foi vencedora do prêmio APCA pela tradução de O exército de cavalaria, de Isaac Bábel (CosacNaify, com Homero Freitas de Andrade); em 2006, foi contemplada com o prêmio Paulo Rónai pela tradução de Indícios flutuantes — poemas, de Marina Tsvetáieva (Martins Fontes), de quem Bernardini ainda verteu Vivendo sob o fogo: confissões (Ed. Martins, 2008); em 2007, foi vencedora do prêmio Jabuti (terceiro lugar) também pela tradução de Indícios flutuantes; em 2014, foi finalista do Jabuti pela tradução de “Os sonhos teus vão acabar contigo”: prosa, poesia, teatro, de Daniil Kharms (Kalinka, com Daniela e Moissei Mountian).
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Aleksándr Kuprin
A imagem de Aleksandr Kuprin (1870-1938) é inseparável de seu gosto por aventuras, da personalidade ativa e intrépida, da vida errante, do amor pela Rússia, que conhecia profundamente, e das dificuldades que passou na infância. Nascido em uma cidadezinha da província de Penza, não teve contato com o pai, Ivan Kuprin (1834-1971), um funcionário público modesto oriundo da nobreza que morreu quando Aleksandr tinha um ano de idade. Com sérias dificuldades financeiras, sua mãe, Liubóv Kupriná (1838-1910), de origem tártara, se viu obrigada a mudar com o filho para Moscou. Lá, ele estudou em um colégio militar e, em 1888, ingressou na Escola de Cadetes de Alexandre. Depois, foi integrado como subtenente ao 46º regimento de infantaria da guarda imperial. Pediu dispensa em 1894, mas, durante a Primeira Guerra Mundial, realistou-se. Kuprin começou a escrever ainda menino e sua primeira obra foi publicada em 1889: Estreia derradeira. No começo da década de 1890, seus contos começaram a sair em revistas de Petersburgo. Na cidade, onde se instalou em 1901, deixou os diversos quebra-galhos para trás — fora de pescador a ator de circo — e começou a colaborar em várias revistas, embora volta e meia buscasse sustento no jornalismo, o que muito influenciou sua escrita. Depois da vitória dos bolcheviques, em outubro de 1917, Kuprin, simpatizante dos socialistas revolucionários, radicou-se em Paris, regressando ao seu país natal em 1937. Sua obra não raro é relacionada com querelas sociais, mas, na verdade, Aleksandr Kuprin, com uma prosa franca e realista, deixou textos sobre diversos temas. Entre seus trabalhos, destacam-se: Moloque (1896), O alferes armênio (1897), Olessia (1898), O duelo (1905). Ele também escrevia para os pequenos, sobre animais, artistas e altruísmo. Suas histórias infantojuvenis, como Doutor milagroso (1897), O poodle branco (1903) е O elefante (1907), são até hoje lidаs pelas crianças russas e estudadаs nas escolas.
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