Mês: junho 2022
Aleksándr Púchkin
Aleksándr Púchkin (1799-1837) nasceu em Moscou numa família da nobreza. Durante a infância, passava os verões na propriedade de sua avó, perto de Moscou, onde começou a tomar gosto pela língua russa. Ingressou no prestigioso Liceu Imperial de Tsárkoie Seló em 1811, época em que seus poemas passaram a despertar atenção. Perseguido pela censura tsarista, Púchkin foi exilado em 1820 por Alexandre I, passando quatro anos no Cáucaso, na Crimeia, em Kichinióv e Odessa. De volta à Rússia, continuou sob a dura vigilância de Nicolau I, que, mesmo estimando o talento de seu funcionário (Púchkin se tornará seu historiador oficial), não o perdia de vista. Aleksándr Púchkin morreu aos 37 anos, vítima de um duelo que disputou com George-Charles D’Anthès (1812–1895), oficial francês que havia cortejado Natália Gontcharova (1812–1863), esposa do poeta.
Mesmo tendo vivido pouco, Aleksándr Púchkin — como é conhecido — inaugurou a moderna literatura russa ou criou as bases para que ela se desenvolvesse. Isso não significa que não houvera literatura antes dele, apesar de certos momentos obscuros, que acompanharam a própria história da Rússia. No entanto, ele foi responsável pela consagração de um novo cânone poético e deu à língua russa um status de que ela não desfrutava entre os literatos, usando elementos folclóricos e coloquialismos em suas criações.
Além de expor os conflitos nacionais e os mitos de fundação de São Petersburgo, o escritor traz à cena temas como o amor erótico, a loucura, o carteado, as relações por interesse. Com elegância, ironia e equilíbrio, Púchkin foi (e continua sendo) relido por artistas de todo gênero. Tchaikóvski, por exemplo, compôs uma ópera baseada em Evguéni Oniéguin, seu romance em versos, publicado entre 1825 e 1832.
Púchkin deixou um legado de poemas inestimável, indo do romantismo ao classicismo, muitos dos quais se tornaram célebres, como “O cavaleiro de bronze” (1833). Também abriu caminhos para a “era de prata” da literatura russa com sua prosa, produzida nos anos 1830, como o conto “A dama de espadas” (1833).
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Felipe Franco Munhoz
O escritor e poeta Felipe Franco Munhoz nasceu em São Paulo, em 1990. É graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Antes de publicar seu primeiro livro, Mentiras (Nós, 2016), que dialoga com a obra de Philip Roth, já havia recebido uma Bolsa Funarte de Criação Literária, em 2010, e participado das homenagens promovidas pela The Philip Roth Society, em Newark, em 2013, durante a comemoração de 80 anos do autor estadunidense. Em 2017, na Festa Literária das Periferias (Flup), com a atriz Natália Lage, apresentou “Identidades 15 minutos” (texto inspirado em “15-Minute Hamlet”, de Tom Stoppard): recorte-adaptação do seu livro seguinte, Identidades (Nós, 2018). O texto “Parêntesis” — que integra o terceiro livro do autor, Lanternas ao nirvana (Record, 2022) — foi publicado em 2020 no jornal O Estado de S. Paulo e registrado em performance audiovisual homônima — dirigido por Natália Lage, com trilha sonora original de André Mehmari, o curta-metragem foi exibido no Nepal International Film Festival, no CICA Museum (Coreia do Sul), entre outros. O Cavaleiro de Bronze e outros poemas é sua primeira tradução.
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